Prova oral de um concurso para ingresso no Ministério Público, composta a banca examinadora, a arguição é presidida por um eminente procurador de Justiça - que rotineiramente, na faculdade, não economizava esforços para dividir seus notórios conhecimentos jurídicos.
Justamente um ex-aluno do presidente dos trabalhos - que era o candidato que havia recebido a nota mais elevada na prova escrita - passa a ser argüido. Já de início, ele demonstra seu nervosismo ao responder a um questionamento sobre as prerrogativas do promotor.
Percebendo a dificuldade de seu ex-aluno, o presidente da banca lhe diz::
- O senhor fique à vontade, pois aqui está entre conhecidos e não temos pressa. Ademais, o professor e o examinador são o mesmo Noé que o senhor conhece da faculdade.
Mas o candidato não se tranquiliza nem mesmo com as receptivas palavras do seu ex-professor. Pergunta após pergunta, suas respostas se alternam entre erros, dúvidas e atrapalhações, de forma que os acertos pouco repercutem.
A ansiedade do candidato é tão grande que sensibiliza os demais concorrentes e público presentes à sessão. Todos parecem não acreditar no que está acontecendo.
- Até mesmo os mais preparados podem ir mal na prova oral, nessas horas vários fatores entram em jogo – ouve-se uma outra candidata cochichar com a amiga sentada ao lado.
Acontece então que, recebendo a informação de que dispunha de um minuto para concluir a resposta à última pergunta, o candidato, notando que a sua situação ficara muito difícil, resolve encerrar as suas razões de forma muito peculiar, fazendo um perspicaz requerimento:
- Aos examinadores, peço minhas sinceras desculpas pelo meu nervosismo e inexperiência. Ao professor Noé, registro o meu agradecimento pelo seu carinho nesse momento tão difícil, na esperança de que, tal como ocorreu com o personagem bíblico cujo nome nosso mestre tão dignamente honra, embarque mais um animal na arca desta disputa!
Desnecessário dizer que o "animal" foi reprovado.
Fonte: Espaço Vital
terça-feira, 20 de julho de 2010
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