quarta-feira, 30 de março de 2011

Fetiches - Carros esportivos, vestido de noivas e outros trecos

"O valor de um produto não possui absolutamente nenhuma conexão com suas propriedades físicas", já ensinava Karl Marx no 1º volume de O Capital (1867). O que o sociólogo alemão chamou de fetichismo da mercadoria vale até hoje para vestidos de noiva brancos e carros esportivos vermelhos: seu preço não é o "justo", mas o maior que alguém topar pagar. 


É um valor, antes de tudo, simbólico. Mas que algumas marcas de luxo tentam justificar, adotando processos de produção bem excêntricos. Muitas canetas Montblanc, por exemplo, passam por um teste de som: ouvidos apurados escutam seu deslizar sobre um papel - as que não soam bem são reprovadas. 

Já os relógios Rolex têm uma espiral central imune à ação de campos magnéticos, que poderiam atrasar ou adiantar o relógio. 

Mas a campeã do luxo justificado é a Ferrari. Seus carros não são os mais rápidos do mundo - e dizem, nem os mais confortáveis -, mas sua linha de montagem inclui árvores e exames de raio X. São caprichos que servem de argumento para quem vai desembolsar de R$ 1,8 milhão a até R$ 2,5 milhões.
 
O (agora aposentado) jogador Ronaldo Fenômeno chegou - nos seus picos de gastança - a ter duas Ferrari: uma na Espanha, a outra no Brasil.

Métodos especiais na produção são a justificativa para o carro custar até cerca de R$ 2 milhões. Os carros da Ferrari podem não ser os mais rápidos do mundo e talvez nem os mais confortáveis, mas sua linha de montagem inclui até exame de raio-x.

Clima - Dentro da fábrica existem cerca de 1.000 árvores plantadas para criar a umidade do ar ideal para fabricar o motor.

Estofados - O couro (legítimo) usado é costurado todo à mão. O comprador pode escolher desde a cor da costura até a dos pedais.

Motor - Cada uma das 800 partes do motor passa por um raio-x. Caso sejam encontradas microrachaduras e imperfeições, volta-se ao molde para fazer uma nova peça.

Pintura - Existe controle rígido; um aparelho mede a densidade de cada camada de tinta. Caso haja diferença, trabalho é reprovado.

Todos únicos - Cada motor é feito a partir de modelos de areia e resina, e são destruídos logo depois de o carro ficar pronto. Logo, nenhum motor Ferrari é idêntico ao outro.

São detalhes que formam a "muita paixão". Ou, como diria Marx, "fetiche".  (Fonte: Revista Super Interessante, Editora Abril)
Fonte: espaço vital

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